segunda-feira, 16 de abril de 2012

Como se portar nas redes sociais

Hoje, avaliar perfis de profissionais em sites como Facebook e Twitter são consideradas fontes alternativas pelos RHs. As organizações começaram a compreender que os indivíduos são constituídos por vida profissional e pessoal e o lado particular das pessoas também pode ser levado em consideração na hora de uma seleção ou promoção.

As etapas de um processo seletivo são compostas por apresentação do currículo, dinâmica de grupo e entrevista. Para se destacar nesta mecânica, os profissionais tendem a se moldar como sujeitos ideais àquela vaga, se adaptando conforme os requisitos da companhia. A consequência disto é a venda de uma imagem com muitas inverdades, pois separam o lado particular do profissional. “Em um passado recente, as empresas contratavam por conta da formação ou do currículo, mas começaram a perceber, no dia a dia, que muitos contratados não eram tão envolvidos com os valores da companhia e que não se relacionavam bem com os outros funcionários, por exemplo. As Redes Sociais apresentam a oportunidade para que os recrutadores conheçam as pessoas como elas realmente são, o que auxilia no processo de seleção”, explica Branca Barão, especialista em comportamento humano, criatividade e inovação.
De acordo com a Pesquisa dos Executivos, realizada pela Catho Online com mais de 46 mil respondentes, dentre os profissionais desempregados, em uma escala de 0 a 10 – em que 0 não influencia e 10 influencia muito – a importância da reputação/imagem/comportamento nas redes sociais teve nota 6. Porém, dentre os recrutadores respondentes, apenas 14,6% checam perfis de candidatos nas redes sociais, sendo que a relevância das informações contidas nas redes fica em apenas 3,7, em uma escala de 0 a 10.
Além de ter se mostrado um canal direto e objetivo na hora de avaliar, mesmo que superficialmente, um candidato na questão comportamental, estes sites são menos custosos se comparados a análises dentro do uma seleção. Eles tornaram-se uma fonte alternativa de informação, apesar dos candidatos não terem total consciência disto. “Muitas pessoas ainda não enxergam as redes como canal de promoção ou que traga prejuízos para a carreira. Não existe uma preocupação muito forte com isto, mesmo porque ainda há muita confusão sobre o que podem compartilhar na questão profissional e pessoal”, diz Renato Ricci, coach e diretor do Positive Change Institute Brasil.
Existem cuidados a serem tomados na hora de postar uma foto, vídeo ou opinião sobre algum assunto – estas ações devem ser ponderadas, considerando as pessoas e ambiente em que o profissional vive. A questão é fazer um trabalho de autoconhecimento e saber expor o melhor para que os outros vejam, sendo verdadeiro consigo mesmo. “O Facebook, por exemplo, deve refletir o comportamento e o bom senso da pessoa. Da mesma forma que um indivíduo não pode ficar bêbado em uma festa da empresa, ele também não deve postar fotos de caráter racista, por exemplo”, opina Barão.
Pode-se dizer que, hoje, a empresas levam em consideração o que está no perfil do candidato e a análise da vida pessoal pesa mais do que tempos atrás. Muitas atitudes nas redes, inclusive, podem ter caráter eliminatório. Para Ricci, citar opiniões discriminatórias e piadas de mau gosto podem vir de encontro com os valores da organizações onde atua, o que pode passar uma imagem extremamente negativa. “Falar mal de uma empresa onde trabalhou também não pega bem e pode mostrar que esta pessoa faria o mesmo com a corporação onde atua no momento”, conta.

Comportamento depende do segmento

A atuação e exposição de um profissional nas redes sociais também pode variar de acordo com a área em que trabalha. Um atuante em Marketing ou Comunicação, por exemplo, tem mais liberdade de expor ideias vistas como polêmicas e controversas do que uma pessoa que trabalha em áreas mais conservadoras, como Jurídica ou Administrativa.
“Os RHs podem usar o perfil de um candidato como primeiro parâmetro. A Rede Social é um grande currículo, atualizado todos os dias. Os selecionadores conseguem visualizar os assuntos que interessam a pessoa e isto pode facilitar e contar pontos para o candidato”, finaliza Ricci.

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